terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Desprogramando

Falarei nessa feita, da variedade proporcionada pelas emissoras televisivas e o que veiculam.

Porém, se torna uma tarefa árdua e "injusta" a escolha de um programa ou atração específica para se assistir(ou comentar, no caso), portanto, farei uma breve síntese de alguns dos cânceres televisivos:

Dias úteis

Novelas: Qualquer uma, de qualquer emissora. Fruto mais antigo e talvez o mais atenuante para a alienação em massa. Graças a elas foram criados estereótipos dos mais diversos tipos: ricos entediados, mulheres burras e gostosas, uma negra doméstica, etc. Corrói e adota a libertinagem como causa. Tenta maquiar preconceitos arraigados na sociedade como homossexualismo, raça, e claro diferenças sócio-econômicas. Apresenta a mesma fórmula desde sua criação, e de alguma forma tudo sempre acaba "bem". O que convenhamos, é um desvirtuamento grotesco em relação a realidade do nosso povo.

Malhação: Segue os mesmos padrões noveleiros. A diferença é a periodicidade. Essa merda está no ar há mais de uma década sem interrupção, e atinge o público que supostamente teria capacidade de intervenção futura: jovens de classe média/alta. Porém, e infelizmente atinge com muita força as classes mais baixas. Dita o que adolescentes devem ouvir, vestir, e como devem agir. "O clima é de azaração", essa é a frase da chamada. São criados romances impossíveis e o enredo é baseado em um casal. Cria padrões fúteis e destrói movimentos culturais "independentes".

Jornal Nacional: Tornou-se o telejornal de maior credibilidade do Brasil. "Apareceu no Jornal Nacional, é verdade." Através desse pensamento a Rede Globo manipulou as eleições presidenciais que levaram Collor ao poder. Na época, foram mostrados números falsos de pesquisas "boca-de-urna" e feita uma campanha explícita para a vitória do mesmo. Depois de diversos escândalos a própria emissora liderou o movimento de "impeachment". Move a política nacional até hoje e determina o poder público.

Brasil Urgente e afins: Atinge grande parte dos trabalhadores, público em sua grande parte masculino. O formato é sempre o mesmo: mostram tragédias chocantes, sempre há um helicóptero no ar na busca por flagrantes, e exploram vítimas potenciais através de um falso-moralista(vide Datena) cujo discurso segue a tendência auto-destrutiva: "ladrão têm que morrer", "cadeia neles" e etc.

Mais Você e semelhantes: Principais responsáveis pela "destruição em massa" de donas-de-casa. Ana Maria Braga virou um ícone de sofisticação "erudita", ou seja, passa a imagem de uma mulher sábia, e intelectual, que transmite mensagens motivacionais(?) que mais parecem frase de "biscoitos da sorte". Mistura diversos temas, desde fofocas sobre famosos até aulas de como dançar no mastro como uma prostituta(antes marginalizadas).

Progamas de fofoca: Um tipo que destrói qualquer capacidade de dicernimento cultural. Fundamentado em mostrar bastidores, e revelar gostos e peculiaridades de "artistas". Sensacionalista ao extremo e sem utilidade alguma. Não merece mais uma linha.

Reality Shows: O tipo mais preocupante. Atinge todo e qualquer público, afinal, a maioria da população está em casa durante a exibição desse tipo de programa. Totalmente manipulável, domina de forma abrupta as famílias. Existe no Brasil há quase dez anos e aparentemente não haverá interrupção tão cedo. A idéia de que aquilo é a "realidade" aguça a curiosidade, e é onde as pessoas enxergam uma as outras como "iguais". As ilhas de edições porém, criam personagens de maneira subliminar. O público se sente envolvido e responsável pelo andamento do programa, mas não faz a mínima idéia dos motivos que o leva a acompanhar algo tão falso e distorcido. Além disso, cria novos "artistas" do tipo Siri, Diego Alemão, Kléber Bam-Bam, Graziela Mazaferra(é isso?), e PEDRO BIAL.


Finais-de-semana

Programas de auditório: Esses dominam há mais de 20 anos. E a fórmula sempre foi a mesma. Lançam cantores, dão "oportunidade" a anônimos com alguma "habilidade" em especial, e claro, desvendam segredos de famosos. A disputa pela audiência é covarde, e para a conquista da mesma tudo é exibido. Mulheres semi-nuas são o cenário-vivo, ou servem para apresentar algum produto. Os anfitriões dão nova "vida" a pessoas de classe baixa, os levando para a cidade natal, reconstruindo casas e doando dinheiro se valendo de lágrimas e sofrimento de maneira sensacionalista. Faustão e Gugu são os ícones e já criaram jargões que estão na boca do público.

Fantástico: Na minha opinião o mais hipócrita. O programa-fantasia, carro-chefe da Rede Globo. Adota um formato ultra-moderno, com cenário e outrora apresentadores virtuais. É uma mistura que transmite pouca, ou nenhuma credibilidade. Em um momento é veiculada uma matéria investigativa, na sequência mostra um paraíso tropical onde milionários passam férias. Isso resume tudo sobre essa "revista eletrônica".

Finalizando. Levante-se de sua poltrona desligue o seu aparelho televisor, e simultaneamente destrua seu controle-remoto mental.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

"Desligue a televisão, faça algo criativo, largue a arma, pegue um livro. Abra a mente, pense nisso!"