sexta-feira, 21 de março de 2008

Insônia.



Eu tenho milhares de páginas em branco esperando que eu discorra. E o que há a ser escrito? Eu simplesmente não durmo. Estranho.

Qual o problema do travesseiro? Briguei com esse milenar instrumento de repouso. E ele, por incrível que pareça está ensandecido comigo. Como sou teimoso e orgulhoso não tentarei fazer as pazes. Muito menos pedirei desculpas. Claro, ele é quem não faz o papel dele, oras!

Tento fechar os olhos e penso porque não consigo dormir. E pensando nisso fico em alerta! Intrigante, não? Não, de fato.

Alguém me arruma um sonífero?

A noite não permite me confortar. Talvez deva ser um trauma infantil. Sinceramente não sei, perguntarei a minha genitora. Quando ela acordar...

Procuro pelo sono, mas perdi esse maldito há alguns milhares de dias. Já pedi a São Longuinho. Meu olhos não pesam nem com três pulinhos! Rimou! E meu relógio ainda não despertou. De novo! Parei, pareço bobo...

Quero dormir porra! O silêncio é ensurdecedor e me assusta.

Enquanto isso, alguns estão morrendo, outros nascendo... Aliás... Esse é um processo tenebroso. Um círculo vicioso. Eu me pergunto como é possível apenas um de nós, carne e pó definir conceitos, razões, motivos, julgamentos, preconceitos, enfim... Uma série infindável de ignorância e um pouco de conhecimento. É preciso conhecer o mínimo ao menos para ser ignorante, visto que se não tens conhecimento não saberás o que é um ignorante. Na verdade alguns são ignorantes e não se dão conta disso, e por isso elegem um ignorante para comandar milhares de ignorantes que desprezam o conhecimento. Traduzo como futilidade e egoísmo.

Talvez a consciência seja uma maldição. Ou um dom. Um dom renegado pela maioria. Falo apenas por conhecimento da minha ignorância. Tente fazer o mesmo e pare de amaldiçoar atos, pessoas e destino. Sé é que o destino existe... Provalmente seja uma massa de modelar. Com seus movimentos, apertões e treino ela é transformada. A forma é sua escolha.

Já se foram alguns caracteres, e nem um mísero bocejo foi dado. A noite já morreu, o dia está brotando. E eu?

Eu continuo imaginando. Imaginando a que horas dormirei. Quem sabe eu já esteja dormindo agora e acabe por acordar em algum sonho.

Não sei o quanto isso me afeta, e me tira dias de vida. Tentarei enxergar o lado bom... Dormindo eu estaria desperdiçando algumas horas. Certo! Na verdade eu não creio que seja válido dormir para despertar na mesma velha e desgastada rotina.

Prefiro o imponderável e as incertezas da noite. Ótimo é viver com certezas. Até elas se corroerem pela erosão metafísica. Vivo buscando as certezas. Mas o que é certo e incerto, se o futuro é a descoberta?

Nunca se sabe. E é óbvio que nunca se saberá o que você se recusa a descobrir. A vida é pautada por regras. Eu sou a exceção.

Bom dia!

2 comentários:

Unknown disse...

Locco esse novo texto, hein tru!

Me fez lembrar dos dias frios que não consigo dormir e fico pensando no mundo, nas pessoas, nos problemas que vivem nos assolando.

Esses dias estava pensando seria tão bom se tivessemos uma árvore para armazenar nosso problemas. Todos os dias quando saíssemos de casa passamos a mão nela para recolhê-los. E quando voltarmos passamos a mão nela para deixá-los ali.

Nunca levá-los para dentro de casa, pois nossa família e nosso amigos não tem nada haver com eles.

Muito reflexivo neggo! Cada vez com concepções mais criativas.

Paz!

Mr. Tito disse...

Salve,
Mais uma vez peço a sua licença,para jogar no vento algumas palavras,sendo que com certeza não voltaram pra mim,sem nenhum sinal de vazio.
O seu texto retorna o espelho de algo que sinto,enfim somos os dois lados da moeda,entendeu?

Um forte abraço,tamo junto guerreiro.
Paz