Primeira linha. Eu voltei.
Cansado fisicamente, ocioso psiquíca e emocionalmente.
Já faz algum tempo em que não paro para digitar sentimentos que me assolam e habitam meu interior. Tenho escrito somente textos técnicos com suas infinitas e absurdas normas, que me privam da liberdade da escrita. E que prazeroso é discorrer da minha maneira. Sem padrão, regra ou qualquer outro aspecto que possa me limitar. Eu sou cada palavra.
Depois do desabafo, voltemos. Nesse período de ausência sinto que pouca - sendo otimista - coisa mudou. Ou, quem sabe, tenha mudado tão depressa que eu mal me dei conta.
Refém do maldito relógio. Nenhuma surpresa.
Foi uma sessão longa, tenebrosa e acima de tudo: dolorosa. As coisas estão se encaixando, de maneira instável e ligeiramente confusas. Como de costume. Confesso que perdi o jeito com as palavras enquanto elas me esperavam por meses a fio. Está complicado encaixar os termos da maneira empírica que eu costumava fazer. Um sinal de que de fato, alguma coisa mudou em velocidade assombrosa.
Passei por experiências e testes mentais que me fortaleceram e me fizeram enxergar o que realmente importa, na minha concepção, obviamente. Essas batalhas me ajudaram a separar o joio do trigo, arduamente. Temo ter envelhecido algumas décadas em certos meses. O tempo é impiedoso.
Hoje, algumas pessoas que outrora tinham certa relevância na minha existência não fazem sequer parte do meu cenário cotidiano. Muitos por escolha de quem vos escreve, alguns por peso das atuais circunstâncias. Em contrapartida, para suprir essas "ausências" novas faces fazem parte do meu dia-a-dia, e a regra anterior serve também para elas.
Dizer se isso é bom ou ruim é se preciptar em meio a adequação de uma nova estrutura. Estrutura essa, montada através do alicerce antigo que não sucumbiu - e nem irá. Maus hábitos ficaram para trás formando a pilha de entulhos que se faz presente em toda obra. Não é fácil contudo, enterrá-los rapidamente. É preciso cautela e sapiência para que eles afundem e não retornem nem com a erosão do solo.
Tenho aprendido, mesmo que de maneira subjetiva/sublimar, ao meu ver. E isso fica claro nos dejà-vus que me defrontam em diversas, inúmeras e constantes ocasiões. O que passou, o que passa e o que passará. Clichê, mas com encaixe cirúrgico nessa feita. Ainda assim pratico da incoerência. Cometo erros que usualmente cometia, por vaidade e orgulho. Um ponto a ser observado mais atentamente nessa reforma.
Minha visão - queira entender também como uma parte do meu alicerce, para mantermos a coesão - sobre o mundo e quem o povoa, habita e destrói porém, não mudou em um caractere sequer. E algumas coisas ainda me enojam. Já é comum. Tão comum como a futilidade e busca de uma identidade vazia para cada indíviduo. Sim, quem tem o poder necessita de mentes vazias para entúpi-las de ideais egoístas e singulares. Os dejetos vem de todos os lados e formas através da grotesca e sufocante Indústria Cultural. Impercepítivel para quem trabalha em função dela. Cegos e "felizes" operários.
Falando nisso, Outubro passado foi o mês das eleições municipais. Época que traz à tona preconceitos estúpidos(perdão pela redundância) que não se absterão tão cedo do que nos foi imposto há décadas. Criamos uma nação analfabeta politicamente falando. Eu rio tristonhamente, pois a classe pobre odeia a si própria e expurga gritos contra seus pseudo-representantes. Do outro lado, o rico adota o mesmo discurso(como não poderia ser diferente)! Serei claro sem citar qualquer partido político: não existe mais movimento esquerdista no Brasil. Então "democratas" comemorem comendo chuchu, que tem o mesmo gosto de seus intelectuais candidatos.
Não deveria existir divisão social. Mas sem ela como sobreviveríamos sem iPhone, Chandon, Daslu, Gisele Bundchen, Audi e Big Brother?
Não gostaria de ter chego a esse estágio, mas ele se faz necessário se estamos falando de mim. E eu precisava vomitar isso em algum espaço. E isso me tirou o tesão.
Derradeira linha.
domingo, 2 de novembro de 2008
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